Popularmente conhecida como “Dama de Ferro” por assumir muitas vezes posições radicais na vida pública itabunense, Maria Alice Araújo Pereira (76 anos) faleceu nesta quinta-feira (dia 6), no Hospital Calixto Midlej.

Figura marcante do "fernandismo" acumulou mais de cinco décadas militando na política local, sempre ao lado do seu fiel parceiro, Fernando Gomes. Com ele e por ele, enfrentou inúmeros desafios e ocupou cargos públicos de destaque como a Secretaria de Governo e da Assistência Social do município.   Além de secretária municipal, também exerceu o cargo de vereadora e coordenou diversas campanhas eleitorais, tornando-se uma referência na política regional.

O velório de Maria Alice gerou uma grande comoção e contou com a presença de políticos, profissionais liberais, jornalistas, além de pessoas humildes que militaram ao seu lado durante sua trajetória política que tinham por ela um grande carinho e enorme gratidão.

AÇÕES SOCIAIS

Dona de uma personalidade  forte, Maria Alice desempenhava vários papéis: articuladora política, benemérita social, mobilizadora de campanhas, intermediadora em negociações difíceis além de assumir com bastante intensidade o papel de mãe e forte defensora dos seus laços familiares.

Foi líder estudantil no Colégio Divina Providência e iniciou sua trajetória política no MDB, ao lado de Ney Ferreira, Gutemberg Amazonas, e os irmãos Daniel e Fernando Gomes. Daí em diante, se juntou ao ex-prefeito Fernando Gomes e esteve com ele durante mais de quatro décadas. Além de ter exercido cargos importantes foi uma  das principais articuladoras do governo FG, responsável por mobilizações populares onde ganhou prestígio e se destacou por inúmeras campanhas de cunho social, como entrega de peixe; de brinquedos no Dia das Crianças e no Natal;  e de roupas e acessórios no Dia das Mães. Também, se destacou no amparo aos desabrigados em períodos de enchentes em Itabuna, com distribuição de cestas básicas.  

Apoiava artistas e eventos culturais, era ligada não só ao catolicismo (devota fervorosa da Nossa Senhora de Fátima) como também à religião de matiz africana, o candomblé. Nas horas vagas, se dedicava à pintura e gostava de trabalhar com artesanato, além de cultivar um grande apreço pela gastronomia baiana e portuguesa. Na comunicação, atualmente comandava o programa “A Voz do Povo”, na Rádio Difusora.