Depois de agonizar por mais de dez dias, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi pediu demissão do cargo durante reunião de cerca de trinta minutos na tarde desta sexta-feira (2) com o presidente Lula. 

No cargo, desde 2023, Lupi vinha sendo pressionado após o escândalo que lesou mais de 6 milhões de aposentados e pensionistas que tiveram descontos ilegais e não autorizados por “entidades” vinculadas ao INSS. O ex-ministro Lupi que também é presidente nacional do PDT, foi ministro no segundo mandato de Lula e em 2007 foi indicado para assumir o Ministério do Trabalho e Emprego, cargo que ocupou até 2011, na gestão de Dilma Rousseff.

ESQUEMA FRAUDULENTO

O esquema de descontos ilegais nos benefícios de aposentados e pensionistas vinha sendo feito através de associações que ofereciam serviços de assessoria jurídica em convênios com planos de saúde e outros serviços, que eram cobrados diretamente na folha de pagamento dos beneficiários, desde que houvesse autorização. Em sua maioria, os beneficiários sequer desconfiavam desses descontos, assim como foram retirados de suas contas sem autorização e em muitos casos tiveram até assinaturas falsificadas.

 ACUADO E ACUSADO

Mesmo acuado e sendo acusado de omissão,  Lupi vinha tentando se segurar no cargo, mesmo após apontado como omisso por ter sido avisado pelo Conselho Nacional da Previdência através de reuniões e relatórios que essas fraudes já vinham ocorrendo desde 2019 e, simplesmente triplicaram no atual governo, gerando um rombo de mais de 6,3 bilhões de reais. A descoberta da fraude após investigação da CGU (Controladoria Geral da União) e da Polícia Federal levaram à queda de Alexandre Stefanutto, presidente do INSS, indicado por Lupi e homem da sua confiança. O Planalto demitiu Stefanutto e para seu lugar nomeou o procurador federal de carreira, Gilberto Waller Junior sem sequer comunicar à Lupi, que soube da exoneração através da imprensa.

SUBSTITUTO

No lugar de Lupi, o presidente Lula nomeou o ex-deputado Wolney Queiroz, que vem a ser secretário-executivo do Ministério e homem da confiança de Lupi. Natural de Caruaru (PE), o novo ministro tem 32 anos, já exerceu seis mandatos consecutivos como deputado federal, tendo sido derrotado em 2022.