PAPA FRANCISCO MORRE AOS 88 ANOS E DEIXA IGREJA DIVIDIDA ENTRE CONSERVADORES E PROGRESSISTAS
PAPA FRANCISCO MORRE AOS 88 ANOS E DEIXA IGREJA DIVIDIDA ENTRE CONSERVADORES E PROGRESSISTAS



Tonet por Tonet

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O mundo ficou consternado na manhã desta segunda-feira (21) com a notícia da morte do Papa Francisco, após estar se recuperando em casa, depois de permanecer por 40 dias internado num hospital em Roma. O Pontífice se recuperava de um problema respiratório grave e durante a Semana Santa apareceu ligeiramente para abençoar milhares de pessoas na Praça São Pedro. De acordo com o Vaticano, o Papa foi vítima de uma AVC seguido de insuficiência cardíaca. O funeral do Sumo Pontífice começa na Basílica de São Pedro onde o corpo ficará exposto para visitação pública de autoridades e fiéis. Atendendo a seu pedido, o seu sepultamento vai acontecer na Igreja Santa Maria Maggiore, fugindo à tradição de São Pedro, onde estão enterrados 91 pontífices.
Nascido em Buenos Aires, Jorge Maria Bergoglio foi o 266º papa da Igreja Católica e primeiro latino-americano a ocupar este posto. Pertencente à Ordem dos Jesuítas, que pela primeira vez na história teve um dos seus nomes indicados para o mais cobiçado posto da Santa Sé.
PROGRESSISTA
Ao contrário do seu antecessor, Bento XVI que renunciou ao cargo e era considerado ultraconservador, o Papa Francisco seguia uma tendência progressista que o aproximava cada vez mais dos humildes além de encarar com firmeza temas sensíveis à Igreja como as relações homoafetivas e o papel das mulheres na Igreja Católica. Ao adotar essa postura, o Papa Francisco vinha encontrando uma séria resistência das alas ultraconservadoras da Igreja onde grupos tradicionalistas e fundamentalistas não gostavam do seu perfil contrário ao capitalismo por considerá-lo um sistema que mata e deixa as pessoas pobres sem dignidade e dependendo de favores alheios.
Ao criar o Conselho de Cardeais composto de apenas nove integrantes inovou o sistema de administração, tornando as finanças mais transparentes; facilitou o trabalho dos leigos, fazendo com que fiéis batizados (que não são sacerdotes e nem religiosos) pudessem assumir altos cargos além de nomear mais mulheres para postos expressivos na Santa Sé; extinguiu a promoção automática e a concessão de títulos e distintivos para o clero; reduziu privilégios dos clérigos no Vaticano, alterando, por exemplo, legislação sobre crimes, para que todos possam ser investigados e julgados igualmente, inclusive bispos e cardeais; além de fazer com que o diálogo entre dioceses e institutos religiosos fosse mais direto e mais aberto, afim de que o Vaticano não centralizasse todas as decisões.
CARMELENGO
Durante o rito do funeral e sepultamento do Papa Francisco, o Vaticano estará sendo administrado pelo Carmelengo, na pessoa do cardeal Kevin Joseph Farrell. O carmelengo é aquele que presta assistência ao Papa, acompanhando-o sendo inclusive, o responsável por atestar e anunciar a sua morte. Além disso, é da sua responsabilidade, conduzir a organização do conclave que vai escolher o novo Papa.
SUBSTITUTOS PROVÁVEIS
A votação para eleger o sucessor do Papa Francisco denominada de Conclave se dará entre 15 e 20 dias estando aptos a participar a eleição 135 cardeais com menos de 80 anos, membros do Colégio dos Cardeais, dentre esses, sete brasileiros.
No momento, estes são os nomes mais cotados para substituir Bergoglio:
Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, 66 anos;
Cardeal Peter Erdo, húngaro, 72 anos;
Matteo Maria Zuppi, italiano, arcebispo de Bolonha, 69 anos;
Cardeal Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, maltês, 68 anos;
Cardeal Juan Jose Omella, arcebispo de Barcelona, espanhol, 79 anos;
Cardeal Pietro Parolin, italiano, diplomata do Vaticano, 70 anos;
Cardeal Luis Antonio Gokim Tagle, filipino;
Cardeal Joseph Tobin, arcebispo de Newark, NJ, americano, 72 anos;
Cardeal Peter Kodwo Appiah Turkson, ganês, funcionário do Vaticano, 76 anos;